BANCO DE HORAS:
saiba como funciona
O Banco de Horas é um acordo de compensação em que as horas
excedentes trabalhadas em um dia são compensadas com a correspondente
diminuição da jornada em outro dia. Sua validade está prevista na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), no parágrafo 2º do artigo 59.
A CLT prevê que a validade do Banco de Horas está condicionada a
sua instituição mediante Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, vale dizer,
mediante a participação do Sindicato da categoria. A adoção ou não do Banco de
Horas é uma decisão do empregador e faz parte do seu poder diretivo. Uma vez
instituído, o trabalhador deve aceitar e, havendo qualquer irregularidade,
poderá o empregado se insurgir, futuramente, ingressando com uma ação judicial.
A vantagem para o trabalhador é saber que haverá possibilidade de
compensar as horas extras trabalhadas. Para o empregador, a vantagem é não ter
de efetuar o pagamento das horas extras nem seus reflexos nas demais verbas
trabalhistas. As horas trabalhadas além da jornada podem ser compensadas com
entrada mais tarde ao serviço ou saída mais cedo; também com folgas a mais na
semana ou acréscimo de dias de férias.
O empregado deverá estabelecer as datas de descanso com o
empregador, para que não coincidam as compensações de vários empregados ao
mesmo tempo, de modo a evitar prejuízos ao andamento das atividades
empresariais.
Vale lembrar que a CLT estabelece que, para efeitos do Banco de
Horas, o limite da jornada é de 10 horas diárias, ou seja, 2 horas extras por
dia e o acordo de compensação tem validade por 1 ano. Caso haja frequente
inobservância desse limite de 10 horas diárias, bem como a inobservância do
período de 1 ano para liquidação das horas e renovação do acordo de
compensação, o Banco de Horas torna-se inválido e todas as horas excedentes
trabalhadas devem ser pagas com o respectivo adicional de horas extras.
Havendo irregularidade no Banco de Horas, será devido ao empregado
apenas o adicional sobre as horas extras já compensadas. As horas extras
trabalhadas, habitualmente, devem refletir nas demais verbas trabalhistas, tais
como férias mais 1/3, 13º salários, depósitos do FGTS e aviso prévio. Também
devem ser pagas em holerite.
O empregado pode se sentir prejudicado se não recebe as horas
extras e não as compensa em sua integralidade. Muitas empresas dizem que adotam
esse sistema de banco de horas, mas não permite que os trabalhadores compensem
as horas excedentes. Neste caso, o empregado poderá ingressar com uma ação
judicial requerendo o pagamento das horas extras que não compensou, devidamente
acrescidas do adicional de hora extraordinária.
A CLT ainda estabelece, no parágrafo 3º do artigo 59, que havendo
saldo positivo de horas extras quando da rescisão contratual, essas horas devem
ser pagas com o respectivo adicional. Também prevê, no parágrafo 4º do mesmo
artigo, que os empregados que trabalham sob regime de tempo parcial não podem
fazer horas extras.
Fonte: Revista Trabalho /
MTE
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