São Paulo terá atestado médico
digital
Os
médicos do Estado de São Paulo terão uma ferramenta para emitir atestados
digitais a partir de segunda-feira. A novidade, lançada pela Associação
Paulista de Medicina (APM), permitirá que empregadores verifiquem pela
internet a autenticidade dos documentos apresentados por seus funcionários. O
recurso
garante a associação, ajudará a combater
fraudes no sistema de saúde.
“A
gente não tem uma dimensão exata das fraudes, mas sabe que é uma coisa muito
comum”, avalia o médico Florisval Meinão, presidente daAPM. Segundo ele, muitos
médicos são chamados às delegacias para prestar esclarecimentos sobre atestados
emitidos em seus nomes. O documento digital teria, portanto, a finalidade de
provar que se trata de um atestado autêntico.
Para
emitir o chamado e-atestado, o médico deverá ter um documento eletrônico de
identidade (e-CPF) e registrar as informações do paciente nos campos
indicados no site da APM. Cada atestado, que custará R$1, gerará um número
único que poderá ser usado pelos empregadores para a verificação da
autenticidade do documento apresentado.
Segundo Meinão, tanto o médico poderá adquirir os atestados
eletrônicos e emiti-los para seus pacientes, quanto as empresas poderão adquiri-los e fornecê-los aos
médicos que atendem seus funcionários. Ao final da consulta, o e-atestado poderá ser enviado por e-mail para a empresa ou
poderá ser impresso e entregue ao paciente.
A APM espera
ampliar o uso da ferramenta para outros setores, como laudos periciais, prescrição
de medicamentos de alto custo fornecidos por órgãos públicos e até a prescrição
de medicamentos comuns. Não existe, no entanto, previsão de tornar a emissão do
atestado digital obrigatória, de acordo com Meinão.
“É
como a questão do imposto de renda. No passado, era feito em papel. Depois,
passou a ser enviado pela internet. Hoje, o papel deixou de ser utilizado não
porque foi obrigatório, mas porque a sociedade entendeu que é preciso minimizar
ao máximo o uso de papel e usar métodos mais modernos e seguros.”
O
médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica
Médica (SBCM), considera o lançamento do atestado digital uma
iniciativa importante, que dará mais credibilidade ao médico e proporcionará um
controle maior sobre esses documentos. Ele acrescenta que também seria preciso
ter um controle ético mais intenso sobre esses documentos, já que “existem mais
atestados não honestos assinados por médicos do que por não médicos.”
Apesar
de elogiar a atitude da APM, Lopes observa que esse tipo de controle deveria
ser exercido por uma
outra instância médica. “O atestado é um
instrumento jurídico e, portanto, o controle teria de ser vinculado ao Conselho
Regional de Medicina. A APM é uma entidade associativa”, comenta.
Segundo
a APM, os tipos mais comuns de fraude em atestados são:
emissão do documento por leigos que usam blocos de atestados roubados e
carimbos feitos em nome de médicos; a adulteração de atestados legalmente
emitidos e o uso dos atestados por médicos para favorecimento de um paciente.
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