No Brasil, por enquanto, apenas dois milhões de pessoas recebem algum
tipo de ajuda dos empregadores para a compra de medicamentos
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Nos
Estados Unidos, o conceito já é bastante conhecido e um número grande de
pessoas já se utiliza das vantagens oferecidas pelo Programa de Benefício em
Medicamentos (PBM) – subsídio que as empresas concedem a seus funcionários para
compra de remédios. No Brasil, por enquanto, apenas dois milhões de pessoas
recebem algum tipo de ajuda dos empregadores para a compra de medicamentos.
Porém, este número de empregados poderia ser muito maior se o governo
implantasse uma política de incentivos fiscais para as empresas que adotassem o
programa.
Uma
pesquisa realizada recentemente pelo setor entre 120 empresas de diversas áreas
de atuação e diferentes regiões do país, que juntas somam mais de 520 mil
empregados e faturamento anual superior a R$ 236 bilhões – valor equivalente a
8% do nosso PIB (Produto Interno Bruto) –, apontou que mais de 80% dos gestores
entrevistados ofereceriam esse benefício aos seus funcionários se houvesse
algum tipo de incentivo fiscal para a empresa, como acontece, por exemplo, com
o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador).
Em
muitos casos, as pessoas interrompem o tratamento porque não têm mais dinheiro para
comprar os remédios. Segundo levantamento realizado pelo Conselho Nacional dos
Secretários de Saúde, a falta de condições financeiras compromete o tratamento
médico de 51,7% da população brasileira. Estudos também mostram que os
medicamentos distribuídos gratuitamente pelo governo, pelo Programa Farmácia
Popular, não são suficientes para atender a toda a demanda. Ou seja, o acesso a
medicamentos continua ainda sendo uma lacuna grave na política nacional de
saúde.
Em
algumas empresas, o subsídio pode chegar a 100% do valor dos remédios, mas a
média nacional é de aproximadamente 50%, garantindo aos funcionários maior
adesão ao tratamento prescrito pelo médico. Mas a empresa também se beneficia
por ter funcionários mais saudáveis. Com essa contribuição, os funcionários têm
mais chances de seguir corretamente o tratamento, reduzindo o nível de
absenteísmo e aumentando a produtividade. O funcionário saudável rende mais e
falta menos. Por outro lado, a empresa diminui os índices de sinistralidade e
também os custos com saúde.
Com
a queda de investimentos públicos nessa área, a iniciativa privada ganha
extrema importância e deveria ser estimulada pelo governo, assim como já o fez,
no início dos Planos de Saúde e do Vale Alimentação.
Fonte: Revista Incorporativa
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