“(...) CONTRATO DE EXPERIÊNCIA.
ESTABILIDADE DE GESTANTE. DIREITO CONSTITUCIONAL ASSEGURADO INDEPENDENTEMENTE
DO REGIME JURÍDICO. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
1. Estabelece o art. 10, II,
"b", do ADCT/88 que é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa
da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o
parto, não impondo qualquer restrição quanto à modalidade de contrato de
trabalho, mesmo porque a garantia visa, em última análise, à tutela do
nascituro.
2. O entendimento vertido na Súmula
nº 244, III, do TST encontra-se superado pela atual jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, no sentido de que as empregadas gestantes, inclusive as
contratadas a título precário, independentemente do regime de trabalho, têm direito
à licença maternidade de 120 dias e à estabilidade provisória desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
3. Dessa orientação dissentiu o
acórdão recorrido, em afronta ao art. 10, II, -b-, do ADCT/88. Recurso de
revista parcialmente conhecido e provido”. (TST - RR-107-20.2011.5.18.0006 – 1ª
turma – Relator Walmir Oliveira da Costa - DEJT em 15.12.2011, p. 421).
A estabilidade da gestante é
garantida pelo artigo 10, II do ADCT/1988, que veda a dispensa arbitrária ou
sem justa causa da empregada grávida, desde a confirmação da gravidez até cinco
meses após o parto. Exceções a esta regra são os contratos por prazo
determinado, conforme entendimento consolidado pela Súmula 244, item III do
TST, que dispõe que a empregada gestante admitida por meio de contrato de
experiência não tem direito à estabilidade provisória, pois a rescisão é
inerente ao contrato.
A decisão supra contraria a
mencionada súmula, alegando precedentes no STF no sentido de que a estabilidade
da gestante no emprego subsistiria a qualquer tipo de contrato, mesmo os de
experiência.
Entretanto, os Acórdãos do STF neste
sentido tratam especificamente de trabalhadoras que prestam serviço à
Administração Pública, independente do tipo de vínculo, seja administrativo,
temporário, comissionado ou mesmo precário. Por se tratar de situação jurídica
diversa, este entendimento não pode ser aplicado a contratos regulares de
experiência, firmados entre particulares.
Por não ser aplicável às relações
privadas de trabalho, a Súmula 244 permanece sendo seguida majoritariamente
pelo TST, negando-se estabilidade provisória às gestantes com contratos de
experiência. Recentes decisões comprovam a permanência desta interpretação, por
exemplo, no RR n. 45900-87-2007.5.12.0038 da 2ª Turma (julgamento de
07/12/2011), AIRR n. 5256-02.2010.5.12.005 da 1ª Turma (julgamento em
14/12/2011) e AIRR n. 166-49.2010.5.09.0020 da 5ª Turma (julgamento de
14/12/2011).
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