Entenda o que é o ciclo do fracasso financeiro
“Você quase não vê pessoas com dinheiro guardado,
todos estão pagando dívidas”. É assim que o economista Elisson de Andrade
analisa as famílias brasileiras. Em junho, 22,38% da renda das famílias
foi destinada para o pagamento de dívidas, segundo apontou pesquisa do Banco
Central.
Embora muitos já saibam o porquê de estarem endividados, a mesma causa
continua a fazer vítimas: gastar mais do que ganha. “O erro começa no conceito
de riqueza e com isso as pessoas optam por patamares de vida que não
correspondem à sua renda”, explica Andrade. Feito isso, começa o ciclo do
fracasso financeiro, composto pelas quatro fases a seguir:
• Após consumir os itens essenciais para sua sobrevivência, a pessoa
associa o “ter” ao “ser” e busca adquirir produtos e serviços que pode comprar
de acordo com parcelas que cabem no bolso.
• Ao encontrar um produto interessante com uma parcela acessível, a
pessoa aceita fazer um financiamento.
• Ao chegar o mês seguinte, o ciclo começa novamente: paga-se o básico,
pagam-se as parcelas dos financiamentos já realizados e, se sobrar algum
dinheiro, o indivíduo parte em busca de um novo consumo que caiba no bolso,
entretanto chega uma hora que não há mais dinheiro disponível em caixa para as
compras financiadas, mas a pessoa quer continuar a comprar mais e mais.
• Então chega-se ao limite e o consumidor passa a trabalhar para seu
consumo básico e o pagamento de
novos financiamentos, pois, conforme explica Elisson, o objetivo é “ter”. Pagar
juros torna-se normal para esta pessoa, já que seus amigos e familiares fazem o
mesmo.
O economista lembra que toda pessoa, mais cedo ou mais tarde, vai
precisar gastar dinheiro com uma urgência, seja com saúde, ou com o carro na
oficina. Neste estágio, contudo, a pessoa já está no “fundo do poço”, pois não
haverá dinheiro suficiente para pagar de imediato o “gasto de urgência” e então
ela precisará se endividar ainda mais e seu nome vai ficar '"sujo na
praça", ou seja, vai parar nos cadastros do Serasa e do SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito).
A saída
A boa notícia: é possível se livrar das dívidas.
A boa notícia: é possível se livrar das dívidas.
O primeiro passo é listar os gastos que podem ser interrompidos, ou
seja, cortar aquilo que não é essencial em sua vida. Elisson fala que, hoje, é
possível negociar as dívidas e em alguns casos seu valor até chega a diminuir.
O economista ainda explica que após liquidar as dívidas é necessário uma
reestruturação na maneira de levar a vida. “Depois de eliminar as dívidas e ter
excedentes, é preciso poupar e se quiser conquistar uma estabilidade melhor,
comece a comprar ativos que gerem renda para o futuro, para uma boa
aposentadoria", diz ele. “O crédito nos dá a falsa sensação de que podemos
ter mais do que podemos pagar e, para os diaa de hoje, é um vírus da pobreza
que precisamos ter cuidado”, completa.
Fonte: InfoMoney
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